sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ciúmes, mentiras e traições - Margareth Alves

As mentiras despertam o ciúme e acabam com o relacionamento. Então por que as pessoas mentem? Mentimos sobre nossa idade, realizações, dinheiro, a profissão que exercemos. Ou mentimos para preservar nossa liberdade. Mas não adianta querer minimizar a questão: quem mente por pequenas coisas vai mentir também sobre as grandes, correndo o risco de destruir um amor ou marcá-lo com feridas profundas, que aos poucos vão acabando com o desejo e a confiança. A lealdade é fundamental para uma pessoa se entregar à outra de corpo e alma. Não esperamos nem perdoamos a mentira de quem diz que nos ama. Se pegamos o nosso amor numa mentira, seja ela qual for, a confiança é abalada e abre-se espaço para o ciúme. Este terrível sentimento envenena a relação e, onde antes havia entrega e espontaneidade, passa a haver desconfiança e insegurança. Depois de sermos enganados uma primeira vez, qualquer falha, mudança no comportamento do outro desperta dúvida e medo. Se há amor, quem mentiu e não pretende repeti-lo, precisa ter sensibilidade para deixar claras as suas intenções e assim tentar recuperar a credibilidade junto ao parceiro, embora não seja uma tarefa fácil. Qualquer mentira abala uma relação. Mas a mais destruidora é a que envolve ligação amorosa ou sexual com outra pessoa. Quando isso ocorre, o mais provável é que se instale uma crise. Existe quem perdoe, mas todos demoram para esquecer e superar a mágoa. O ciúme não tem lógica nem razão. Quando há a suspeita de uma traição, o ciumento fica obsessivo e procura desesperadamente a ''prova do crime''. A pessoa antes calma e cordata transforma-se numa fera. E aquele que trai pode também demonstrar ciúme, ficar paranóico, passa a controlar cada passo do outro por achar que podem fazer com ele o que ele costuma fazer com seus parceiros. Quando se pergunta a homens e mulheres sobre o que é importante para uma relação dar certo, a maioria diz: fidelidade, lealdade, confiança e carinho. Por outro lado são consideradas inaceitáveis a agressividade, a mentira e a traição. Para o casal que deseja viver feliz, recomendo: abram o coração e falem a verdade, mesmo que isso mostre que vocês não são tão bacanas como gostariam, mas confirmem que são honestos, confiáveis e leais. É isso que conta num amor verdadeiro.

Resiliência- Pe José Além




O que é resiliência? é um termo originário da física que quer dizer a capacidade que um corpo tem de voltar ao seu estado anterior depois de ter sofrido alguma pressão. O papel tem baixa resiliência. Se o amassarmos ele não voltará a ser como era antes. Aquela bolinhas usadas pelos fisioterapeutas tem alta capacidade de resiliência, nós aplicamos uma força nela e imediatamente ela volta a ser como antes. A psicologia toma 'emprestado' o termo resiliência para definir a capacidade que o ser humano tem de voltar ao seu estado anterior ou até de se tornar melhor após ter sofrido uma perda, uma mudança significativa, um trauma....... há pessoas que se recuperam e fazem da dor sofrida uma fonte de aprendizados e há outras que passam pela vida se lamentando, reclamando, colocando-se como vítimas e ficam como o papel, amassadas, encolhidas em seu sofrimento. E você como tem reagido as adversidades que a vida traz? Abaixo um texto para reflexão.
Antes de tudo devemos distinguir que cada pessoa é única, original, irrepetível, tem características próprias, tem uma forma peculiar de perceber a vida, os acontecimentos à sua volta, de interpretar o mundo. Há pessoas pessimistas e negativistas que sentem a vida como obstáculo, se transformam em vítimas, requerem piedade na sua fragilidade. Esse modo de sentir a vida é contagiante e capaz de destruir a alegria de viver. Há também pessoas otimistas que vivem com confiança e esperança seus desafios e veem neles oportunidades para crescer, amadurecer, ampliar suas descobertas. E agem motivadas pelo sentimento de entusiasmo apesar de tudo. Há ainda pessoas que são realistas. Veem a vida com seus aspectos claros e escuros, reconhecem a beleza e a dureza da vida e sem cair no derrotismo nem na alegria passageira são capazes de colher da realidade o que ela tem de maravilhoso e de cruel e lidar com as situações com sentido, baseada em valores objetivos e não subjetivos. Diante da variedade de temperamentos, de personalidades, não é possível ainda reconhecer por que se algumas pessoas nascem resilientes ou se algumas situações vivenciadas influenciam no seu desenvolvimento nas pessoas. Uma coisa é certa porém, cada pessoa pode favorecer, ou não, essa força arrebatadora do espírito e desenvolver uma personalidade capaz de enfrentar a vida com realismo não se deixando abater por um pessimismo trágico ou se exaltar por um otimismo alienante. Há pessoas que são “auto-realizadoras”, superam sem traumas questões de grande sofrimento. Têm percepção mais eficiente da realidade, aceitação (capacidade de amar) de si mesmas, dos outros e amam a vida. São espontâneas, concentram-se mais nos problemas e menos no próprio ego; são mais desprendidas; tem autonomia e independência em relação à cultura e ao meio ambiente; têm relações interpessoais mais profundas e internas; têm estrutura de caráter mais maleável; senso de humor, distinguem entre meios e fins, o bem e o mal; são mais criativas.Se analisarmos bem a resiliência não é privilégio de alguns é, antes de tudo, a resultante de qualidades comuns que a maioria das pessoas já possui, mas que precisam articular corretamente e serem suficientemente desenvolvidas. Conhecer suas origens, história, os fatores que de algum modo moldaram aquela personalidade ou aquele grupo favorece reconhecer os fatores resilientes pessoais e sociais.A resiliência pode ser promovida. Entre os fatores que promovem a resiliência estão o modelo do desafio, os vínculos afetivos e sentido da vida. O modelo de desafio é bastante identificado em pessoas resilientes. As características centrais encontradas nesse modelo são: o reconhecimento da verdadeira dimensão do problema; o reconhecimento das possibilidades de enfrentamento, e o estabelecimento de metas para sua resolução.A existência de vínculos afetivos é também considerada como um fator importante para promoção da Resiliência. A aceitação incondicional do indivíduo enquanto pessoa, principalmente pela família, assim como a presença de redes sociais de apoio permitem o desenvolvimento de condutas resilientes. Quanto ao sentido da vida, além do sentimento de autonomia e confiança, encontraram-se características como expectativas saudáveis, direcionamento de objetivos, construção de metas para alcançar tais objetivos, motivação, fé num futuro melhor. Fundamental é acima de tudo a postura interna, a atitude que a pessoa adota e desenvolve diante da vida. Resiliência aprende-se mais pelas práticas e vivências, pelo curso dos acontecimentos que as pessoas incorporam à capacidade de resistir à adversidade e utilizá-la para o seu crescimento pessoal, social e profissional do que pelas palavras. Entre os muitos exemplos de pessoas resilientes está Victor Frankl, um dos sobreviventes do campo de concentração de Auschwitz. Ele reforça tudo o que se diz sobre as características dos resilientes. Em seu livro “Em Busca de Sentido” (Ed. Vozes), relata a sua própria experiência. Nota que entre os prisioneiros muitos se deixavam morrer abatidos pela dor, pela depressão, pelas doenças e desesperança, outros, como ele, passando por fome, privações, humilhações, doenças e toda a sorte de maus tratos, conseguiram sobreviver apesar de todo sofrimento. Analisando o que viveu e viu, chega também a algumas conclusões sobre os sobreviventes. Todos tinham ‘um sentido’, uma motivação para continuarem vivos; se sentiam amados e capazes de amar, tinham senso de humor, do riso, capacidade de ajudar os outros, de não estar centrados em si mesmos, mas voltados para o que pode ser feito, no aqui e no agora para o outro. Notou ainda que, os que melhor conservavam o autodomínio e a sanidade eram aqueles que tinham um forte senso de dever, de missão, de obrigação, fosse esta relacionada à fé religiosa, com uma causa política, social ou cultural. Esse senso de dever poderia também ser em relação para com um ser humano individual. O que mantinha muitos destes prisioneiros vivos era a esperança do reencontro com as pessoas que estavam fora dali. Pessoas resilientes apresentam capacidade de resolver problemas, têm autonomia, controle interno, auto-estima, empatia, desejo e capacidade de planejamento e senso de humor. Pessoas assim, em vez de saírem traumatizadas após serem submetidas a grandes problemas, ao contrário, sentem-se mais competentes para encarar os desafios inerentes às crises, sejam elas pessoais ou sociais.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Relações Afetivas - Margareth Alves

O desejo de companhia, de aconchego, de se sentir pertencente a alguém é tão inerente ao ser humano que, desde que se tem notícias, o homem vive em grupos.
Companhia e aconchego lembra doçura, compreensão, afeto. Já o pertencer soa mais forte e faz pensar em estreitos laços, em sentimentos de posse e de responsabilidades mútuas. Da mesma forma que estar com o outro é importante, podemos pensar que individualidade e solidão são experiências também valiosas. Mas para alguns são experiências aterrorizantes porque lembram sentimentos de exclusão, de abandono e de menos-valia. Então em um extremo observamos pessoas que não suportam ficar sozinhas e criam relação de dependências e no outro extremo observamos pessoas que têm um grande medo da intimidade. Embora estejam sempre acompanhadas não se permitem entregar-se. Apresentam dificuldades em conciliar desejos opostos como o da liberdade e o do comprometimento. Outras mesmo que escolheram o casamento, procuram manter controle e distância. É preciso entender que estes comportamentos são resultados das experiências vividas na infância. A criança é espontânea, busca o afeto quando deseja. Ela só se retrai a partir de decepções que não consegue suportar. Neste caso renuncia a busca e tenta bastar a si mesma. Seu desejo torna-a vulnerável e ela aprende que é mais seguro não desejar ou tenta manter controle sobre aquele que deseja. As feridas são tão profundas que a pessoa não quer mais correr riscos e se protege definitivamente. Então não há saída. Ela se defende das relações difícieis porque são difíceis, se protege das relações superficiais porque nada representam. O medo de se expor e de criar laços torna-se intolerável, já que as primeiras relações fracassaram. Portanto conclui que não vale a pena investir. O que fazer então? Olhe para sua história. Observe como foram estabelecidas suas primeiras relações com seus pais, irmãos, avós, primos, amigos etc. Estas experiências se atenderam a maior parte de suas necessidades de afeto, atenção, limites contribuiram para que hoje adulto você consiga fazer escolhas assertivas. Caso contrário, é maior a possibilidade de você não querer relações mais profundas que trarão algum nível de exigência e você pode passar pela vida experimentando relações fugazes que não aprofundam porque no fundo existe o medo da entrega, da intimidade e do compromisso. Existe o medo de reviver as decepções e frustrações que foram experimentadas na infância. Ficou-se o registro de que amar é sofrer.Também observo pessoas que querem um relacionamento profundo e estável mas que atraem e são atraídas por pessoas que nada querem. É preciso entender estes movimentos. Há pessoas que nos roubam, que nos enfraquecem e há pessoas que somam, que acrescentam, que nos fortalecem. Dos relacionamentos que você teve, quais o modificou verdadeiramente para melhor? Será que você pode ser uma lembrança difícil e dolorosa na vida de alguém? Será que foi refém de alguém? Ou será que construiu prisões de um amor possessivo e desumano para as pessoas que se relacionaram com você? Será que idealiza demais as situações e por isso pode perder a oportunidade de encontrar pessoas que lhe fariam bem? Não tenha medo das respostas. É através delas que você poderá entender quem você é e isto lhe fará crescer. O crescimento nos traz a chance de vivermos um grande amor de uma forma segura, protegida e saudável. A auto-estima e a segurança interior são bens que se obtém e se cultiva essencialmente a partir de laços consistentes e duradouros.

Perdão

Perdão - Uma atitude que pode curar (Diversos autores)

Não basta simplesmente reconhecer as fraquezas e os limites. É preciso analisar e descobrir as causas desse processo. Quando descobrimos as causas, passamos a trabalhar a cura dos problemas.
Nesse sentido, é importante fazer um levantamento de nosso passado. Não para ficarmos presos a ele, mas com o intuito de descobrir atitudes que geraram problemas e fraquezas.Se olharmos para os problemas apenas como justificativa para permanecer no erro, não estamos nos deixando guiar pelo caminho que nos trará a libertação de nossos traumas. O grande sentido de olharmos as causas dos problemas é descobrir áreas de nossa vida que precisam ser trabalhadas pelo perdão.
Podemos perdoar quem nos ofendeu, nos perdoar, pedir perdão a quem ofendemos, perdoar e pedir perdão colocando-se na presença de Deus. Tudo isto desemboca num movimento de cura e restauração.É muito importante aprender a perdoar. Precisamos aprender a rir de nós mesmos. Perdoar-se significa tomar a decisão de não ficar a vida inteira se lamentando dos fatos passados. Significa compreender que nem sempre fomos maduros. Viver é crescer. Precisamos nos conscientizar que todos tivemos experiências negativas na vida.
Todos já erramos.Tome uma decisão importante: a de perdoar. Se você foi rejeitado por sua mãe, então é preciso tomar a decisão de perdoá-la. Para isto é importante compreender as circunstâncias que provocaram a rejeição. Talvez ela não se sentisse preparada para ter um filho, ou já tivesse muitos. Talvez os pais estivessem passando por uma crise financeira. Perdão não é sentimento, é uma decisão. Então é preciso compreender os porquês daquela rejeição.
Pedir perdão
Num segundo momento, é necessário pedir perdão para a pessoa. Mesmo se ela já tiver morrido. Perdoar é declarar que a pessoa não é culpada, é tomar a decisão de que a pessoa não precisa pagar pelo que fez. Perdoar não é cobrar os erros ou falhas do passado, é não querer vingar. Todas as vezes que uma pessoa nos ofendeu e guardamos essa mágoa, esse ressentimento, ficamos com sentimento de vingança dentro de nós e desejamos seu mal. A pessoa é livre. Não quero mais que ela pague ou sofra, seja o que for, por sentimento de vingança. Eu tomo a decisão de perdoar. Não quero cultivar isso dentro do meu coração. Em segundo lugar peço perdão para a pessoa, pelo mal que desejei, pela raiva que tive dela.
Perdoar-se
Há pessoas que são incapazes de se sentirem em paz. Elas passam a vida toda sem desfrutar a alegria desse perdão, do qual não estão absolutamente convencidas.Se nos perdoamos, não precisamos mais nos sacrificar por meio da depressão, da angústia e da perda do sentido da vida. O sentimento de culpa em nada ajuda a pessoa a crescer. A única coisa que ele traz é a infelicidade e o complexo de inferioridade, sentimento que não são agradáveis aos olhos de Deus que é Pai, que nos ama exatamente como somos, com todas as nossas imperfeições.Através deste auto-perdão Deus nos cura e nos liberta. Ele nos criou para sermos felizes. Este é seu grande projeto para cada um de nós.
Saber perdoar
Quem vive ruminando revolta e ressentimento nunca será feliz. Quem tem dificuldade para se perdoar também não consegue perdoar mais ninguém. É preciso que avaliemos nossos erros com mais clareza e profundidade. Todos estão sujeitos a tomar decisões erradas, a cometer atos inconseqüentes, a tropeçar na vida. Ninguém está livre disto. A sabedoria está em reconhecer nossas fraquezas e limitações, em não tentar praticar uma justiça própria a favor de nós mesmos. Só conseguiremos perdoar aos outros na medida em que aprendemos a nos perdoar. E para aprender a se perdoar é preciso se reconhecer como limitado e procurar corrigir o que pode ser mudado e melhorado. Compreendendo-nos limitados, saberemos também compreender as fraquezas e limitações de todos os que nos cercam. E isto ajuda muito a perdoar os outros.
Perdoar a Deus
Consciente ou inconscientemente culpamos Deus por muitos problemas e dificuldades. Sentimo-nos desprezados e esquecidos por Deus quando passamos por tribulações e angústias. E como temos medo consciente de culpá-lo acabamos descarregando esta revolta em nós mesmos e nos outros.Ele não precisa de nosso perdão, mas perdoá-lo também pode ser muito curativo. Ele não é um pai tirano, ditador com o qual não podemos nos abrir, mas é a partir deste perdão que poderemos reconhecer em nós o lado positivo, saudável que todos temos e que através de nossos erros, nossa baixo auto-estima não nos sentimos dignos e merecedores da felicidade. É preciso se abrir com Ele, precisamos aprender a dizer para Deus tudo o que esperamos e tudo o que sentimos dele. A sinceridade com Deus é a grande abertura para que ele nos cure e nos encha com sua paz.Perdoar sempreO perdão exige esforço, exercício e decisão. Perdoar sempre e para isso é preciso querer perdoar, é preciso querer se libertar de toda angústia e rancor e aprender a não cultivar ressentimentos. O sentimento de vingança é um veneno que tira a nossa paz, nos enfraquece e nos rouba a alegria de viver. O objetivo do perdão não é começar a sentir afeto por todos, ou ter o desejo de acariciar a todos que nos feriram. Existe uma clara diferença entra amar e gostar. Podemos amar as pessoas mesmo aquelas que não gostamos. O perdão tem a ver com amar e não com gostar. Gostar é um sentimento, uma simpatia, um sentir-se bem ao lado de alguém. Tem a ver com afinidades, com partilha de vida. Perdão é uma decisão livre, uma atitude consciente que devo tomar. Perdoar é conseguir desejar o bem para aquele que nos feriu, é estar disposto a ajudá-lo, é desejar seu bem. O perdão é um ato de amor, é um processo, não conseguimos fazê-lo do dia para a noite, é preciso paciência e determinação, mas uma vez provado os seus benefícios, dificilmente voltaremos atrás, a nossa vontade será continuar cada vez mais experimentando o seu poder curador.O perdão nos traz o poder de nos libertar de nossas prisões, do egoísmo, de sentimentos de culpa, dos complexos de inferioridade, dos medos, inseguranças, pânico, dos momentos que nos sentimos rejeitados, das mágoas pelas perdas que ocorreram em nossa vida, da solidão, dos vícios, atitudes compulsivas como trabalhar demais, comer demais, beber, jogar, falar em excesso invadindo o espaço das pessoas, da necessidade de manipular e controlar o outro, do papel de vítima e muitas outras prisões.A nossa raiva, ressentimento, hostilidade, vergonha e culpa também afetam o nosso bem-estar físico. Como qualquer reação humana baseada no medo, emoções como culpa e a raiva influenciam não só o nosso humor como também a nossa fisiologia. Se os conflitos internos que geraram a raiva e a culpa forem resolvidos, o corpo, sendo muito resistente, provavelmente voltará ao equilíbrio, caso contrário o corpo sofre.
Cada vez mais as pesquisas mostram que esses sentimentos negativos estão relacionados com a doença física. Tenha você ou não sintomas físicos, a má vontade e queixas constantes contra si mesmo, contra os outros ou contra a vida em geral sempre são venenosas. Se você olhar para si e perceber que certas atitudes levam a animosidade, separação e medo, seja gentil consigo mesmo. Procure maneiras de se livrar desses sentimentos. Saiba que você possui a escolha de perdoar a si mesmo e aos outros. Confie na extraordinária capacidade do seu coração.Colocando em prática o exercício do perdão
Quem são as pessoas que precisariam ser perdoadas por você? Arrisque-se a fazer uma lista, e se você já a fez em algum momento, confira para saber como ela está. Conseguiria tirar alguém da lista? Outras pessoas talvez entrassem? Um computador recebe informações, as lê, as guarda na memória, depois as elabora, compara, arquiva. Nosso cérebro-coração também é assim. Recebe fichas coloridas, pretas e brancas. As fichas brancas representam todas as lembranças agradáveis que temos de alguém. As fichas pretas representam as lembranças dolorosas de uma pessoa.Se você tiver dentro do seu coração muitas fichas brancas, isto é, lembranças boas de alguém, você o ama, gosta de estar com ele, conversar e relacionar-se. Mas se você tiver muitas fichas pretas, isto é, muitas lembranças desagradáveis, você não o ama, não gosta de estar na sua presença, nem de relacionar-se com o mesmo.Dentro do seu coração há um fichário com muitas gavetas. Em frente de cada gaveta há o nome de uma pessoa que você conhece. Dentro da mesma estão as fichas pretas e brancas da mesma pessoa. Você tem uma gaveta para seu pai, sua mãe, uma para cada irmão, para cada filho, para cada amigo, enfim uma para cada pessoa que você conhece e se relaciona, ou já se relacionou. Se por exemplo, na gaveta de um amigo, você tem trezentas fichas brancas e vinte pretas, você se relaciona muito bem com ele, se fosse o contrário, você provavelmente teria um relacionamento muito doloroso com ele. Neste caso você sente mágoas, raiva e até ódio. Uma das formas de se buscar perdoar as pessoas que lhe ofenderam é a amorização. Através dela haverá a cura psicológica e espiritual. Pense na pessoa a ser amorizada.
Queime as fichas pretas: PERDOAR. Lembrando-se das atitudes que lhe ofenderam e magoaram, perdoe a pessoa que o ofendeu, perdoe a si mesmo.
Preencha as fichas branca: AGRADEÇA. Pela vida desta pessoa, pelo seu lado positivo.É preciso realizar o perdão num ato de vontade, firme e decidido. O perdão é o fogo que queima todas as fichas pretas arquivadas no seu íntimo. Mesmo que você sinta que apenas um momento não foi suficiente, realize outros. O perdão é um processo que deve ser experimentado durante toda a sua vida. Esta é uma das formas de se experimentar este remédio curador de suas feridas, das mais antigas até as mais recentes.
Conclusão
Independente de ter ou não problemas físicos, a boa vontade e o amor para consigo mesmo e para com os outros são sempre curativos. Eles curam as emoções e ajudam a criar um clima adequado para a cura do corpo. O amor sempre melhora a qualidade da vida, seja como for a sua saúde. Ele nos dá a força interior e a fé para lidar com o que quer que a vida traga. O processo de cura consiste em reencontrar a confiança. Sentimos que é difícil confiar no outro e ter confiança em nós mesmos, confiar na vida quando vivemos em um período de doença ou de provações. Mas se temos um coração em boa saúde, se nosso coração de pedra tornou-se um coração de carne, então existirá em nós esta confiança. E podemos respirar no interior da doença. Os sintomas talvez continuem, mas a pessoa que os tem é maior que eles. Não sejamos mais escravos do que nos ocorre, não sejamos mais uma folha levada pelo vento, mas sejamos o vento que carrega a folha. Há em nós, folhas mortas, memórias dolorosas e nós somos isso. Mas somos, também, este vento que levanta as folhas e limpa nosso jardim.

Fé e Resiliência - Margareth Alves

Fé e resiliência: A arte de enfrentar desafios

Você sabe o que é resiliência? Este termo vem da física e significa a capacidade de um material voltar ao seu estado normal depois de ter sofrido uma pressão.
A psicologia usa este conceito para descrever a capacidade do ser humano de responder de forma mais consistente aos desafios e dificuldades que aparecem na vida.
Então resiliência é saber se adaptar e reajustar confortavelmente às mudanças, reagir de forma inteligente às pressões e pressentir e antecipar acontecimentos. As pessoas resilientes são auto-confiantes, acreditam em si e naquilo de que são capazes de fazer, gostam e aceitam mudanças, encaram as situações de stress como desafios, tem controle sobre a ansiedade, são abertas às novas experiências, tem uma auto-estima positiva, mantém clareza de propósito, calma e foco diante de situações adversas.
E o que podemos observar em quem tem baixa resiliência? A pessoa tem o foco no problema e não na solução, dispersão em vez de concentração, desvio de rota e propósito, fuga da realidade, costuma dizer ou pensar "eu sempre fiz assim, vou ser sempre assim", resistem à mudança e resistem a serem mudados. Resumindo: Alguém derrotado pela adversidade costuma culpar o outro, reclama o tempo todo, evita responsabilidade, tem aversão ao risco e é resistente à mudança.Podemos concluir que as pessoas não são perturbadas pelas coisas em si, mas pela idéia que fazem dela. Pessoas que tem baixa resiliência costumam ser pessimistas porque estão sempre olhando para o problema, para aquilo que deu errado, para o negativo e não pensam nas soluções. “O pessimista queixa-se do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas.” As pessoas precisam acreditar que todos nós temos uma habilidade natural para superar crises, por mais devastadoras que pareçam.
Saiba como desenvolver essa força transformadora e usá-la a seu favor nos momentos difíceis.
1. Admitir a própria vulnerabilidade: “O bambu se curva sob uma tempestade e é essa ‘humildade’ que faz com que a tempestade não o destrua”.
2. Contar com o apoio das pessoas: "Ter amizades é sinônimo de força e realização”.
3. Resolver os problemas por partes: “A verdade deve ser revelada gradualmente ou cegará a todos”.
4. Descobrir e satisfazer as próprias necessidades: “Quando conseguimos nos aquietar, podemos ouvir a voz das necessidades interiores”
5. Reconhecer e desenvolver talentos e dons pessoais: “Tenha sempre um projeto em vista. No caso de alguma coisa ruim acontecer, ele pode servir como tábua de salvação”.
6. Encontrar formas de melhorar as coisas: “As pessoas que conseguem ficar bem durante uma crise lidam com mais coragem com as emergências e os dramas da vida”.
7. Saber perdoar: “Por meio do perdão e do cultivo da compaixão verdadeira, podemos retomar a nossa força e abrir a porta para a liberdade”.
8. Ter senso de humor: “O que importa é se você consegue se fazer rir”.
9. Suportar a dor: "'As pessoas precisam aprender a lidar com a dor e com a decepção”.
10. Buscar sentido em uma crise: “Perceber o que você pode aprender com o sofrimento é o caminho mais seguro para ser resiliente”.
11. Aprender a dizer não: “É preciso ter coragem para saber como e quando dizer não, para não se sobrecarregar”.
12. Cultivar a interdependência: “A pessoa resiliente é ao mesmo tempo forte e vulnerável”."A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio." Martin Luther King

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Mudança e aceitação - Margareth Alves

Estou constantemente falando de mudanças. Como é bom mudar o trajeto do trabalho de vez em quando, mudar o tipo de roupa que costumamos usar, mudar o corte e a cor do cabelo, mudar a disposição dos móveis da casa, mudar a alimentação e experimentar algo novo, sentar em um lugar no restaurante que eu não sentei ainda. Desta forma posso experimentar olhar para mesmas situações de uma nova forma. Melhor ou pior? Diferente! E mudar comportamentos que estão instalados a tantos anos, será que é tarefa fácil?Mudar significa reconhecer que talvez algo não esteja tão bem e que é pode ser reavaliado.É da natureza do ser humano gostar de ver mudanças nos outros e resistir a fazer mudanças em si mesmo. Quando somos confrontados com mudanças e transformações, vemos que algumas das dimensões do ser humano (físicas, emocionais e espirituais) podem ficar apegadas ao passado, causando enorme sofrimento. É a “não aceitação”. O desafio de aceitar as coisas como elas são, e não como nós gostaríamos que fossem, é talvez uma das lições mais difíceis de aprender. Aceitar a realidade é percebido pela maioria das pessoas como fraqueza, conformismo, inatividade e passividade. Mas o sentido da aceitação é muito mais amplo que isto. Se estou no leme do meu barco, defino meu destino e velejo numa direção que escolhi, estou “com as rédeas da vida” em minhas mãos. Eu tenho o poder de mudar meu rumo ou minha velocidade. De seguir meu curso ou parar. Mas, se no meio do percurso vêm ventos inesperados e rajadas súbitas ou correntezas imprevisíveis, eu preciso aceitar esta nova situação. Tenho que aceitar que talvez planejei mal meu trajeto, ou pode ser mesmo que o que está ocorrendo estava fora de qualquer previsão. Estando nesta realidade, a não aceitação significa ficar se criticando pela falta de planejamento ou reclamar de fatores incontroláveis. Isto agrega algum valor? Faz diferença ficar reclamando?Aceitar a realidade significa reconhecer um erro ou uma imprevisibilidade, mas, acima de tudo, agir em cima da nova realidade, definir o que será feito como próximo passo e agir conforme a decisão. Aceitar uma realidade não significa que você deva “gostar” da nova situação. Significa reconhecer que aquele momento é especial, é perfeito, pois está nos mostrando uma lição nova que precisamos aprender. Chorar pelo passado ou sonhar pelo que as coisas poderiam ter sido não leva a nada. Por isso, da próxima vez que algo incomodar não gaste energia reclamando, mas pense no que pode mudar com esta situação? O que eu posso aprender? Como posso me transformar permitindo que a pedra bruta se lapide com este sofrimento?E mãos à obra, não tenha medo de mudar.Pergunte a si mesmo eu sou pipoca ou piruá?

Pipoca - Rubem Alves
A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer. Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com gente. As grandes transformaçoes acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que é o seu jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: Bum! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisas mais maravilhosas do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria a ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo. E você o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

METAS PARA O ANO NOVO - Margareth Alves

Mais um ano que termina...é hora de dizer adeus a 2008 e abrir o coração para 2009. E agora é importante fazer um balanço de como foi o ano que passou.

Que projetos consegui colocar em prática? Quais objetivos foram alcançados? Quais nem cheguei perto de atingir? E porquê? Como vivi as relações familiares? Como passei pelas perdas que a vida naturalmente impõe? Me desesperei? Consegui reagir com lucidez e tirei aprendizados das minhas dores e frustrações? Fiz novos amigos? Dei atenção aos meus relacionamentos antigos? E aquela mudança do meu plano alimentar? Como ficou? Minhas atividades físicas? A idéia de visitar aquele médico para cuidar melhor da minha saúde? E o meu trabalho? Estou feliz e realizado? Ou vivo me queixando? E a minha vida financeira? Consegui colocá-la em ordem ou estou gastando mais do que ganho? Tenho deixado um tempo para o lazer? O que considero prazeroso em minha vida? Tenho me dedicado a vida de oração como deveria?

A proposta neste artigo é abordar o tema "Planejamento para 2009" e fazermos um exercício prático. Escreva em um caderno ou na sua agenda nova 10 ítens que representarão fatias de uma pizza.

Todos os ítens juntos formam a pizza inteira que representam aspectos importantes da nossa vida:

1.Espiritual 2.Familiar 3.Relação Amorosa 4.Físico 5.Financeiro 6.Intelectual 7.Profissional 8.Amigos 9.Emocional 10.Lazer

(A)Para cada ítem você vai escrever: Como está hoje? Faça uma análise objetiva dos pontos positivos e negativos de cada aspecto.
(B)Depois escreva como você gostaria que estivesse? Lembre-se de almejar padrões possíveis de serem alcançados, objetivos atingíveis.
(C)Terceiro passo: O que você precisa fazer, ações concretas, atitudes para conseguir estes objetivos. Escreva.
(D)E por último defina em quanto tempo, número de meses que você pode alcançar estes objetivos. Se o objeivo é a longo prazo, divida-o em etapas e estipule um prazo para cada etapa.

Esta é uma forma eficiente de se fazer um Plano de Ação. Você tem um mapa claro e objetivo de onde está e para onde quer ir.

Lembre-se: "Se não sei para onde vou, não há vento favorável que me ajude."

O otimista é aquele que acredita que as coisas darão certo e o entusiasta é aquele que faz as coisas darem certo. Então busque em seu interior uma boa dose de entusiasmo e depois de investir seu tempo e energia neste planejamento mãos à obra.

"Não deseje que seja mais fácil, deseje que você se torne melhor. Não deseje por menos problemas, deseje por mais habilidades. Não deseje menos desafios, deseje mais sabedoria."