quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Pais que são pais - Içami Tiba

Palestra ministrada pelo médico psiquiatra Dr. Içami Tiba, em
Curitiba, 23/07/08.


1. A educação não pode ser delegada à escola. Aluno é transitório.
Filho é para sempre.

2. O quarto não é lugar para fazer criança cumprir castigo. Não se
pode castigar com internet, som, tv, etc...

3. Educar significa punir as condutas derivadas de um comportamento
errôneo. Queimou índio pataxó, a pena (condenação judicial) deve ser
passar o dia todo em hospital de queimados.

4. É preciso confrontar o que o filho conta com a verdade real. Se
falar que professor o xingou, tem que ir até a escola e ouvir o outro
lado, além das testemunhas.
5. Informação é diferente de conhecimento. O ato de conhecer vem após
o ato de ser informado de alguma coisa. Não são todos que conhecem.
Conhecer camisinha e não usar significa que não se tem o conhecimento
da prevenção que a camisinha proporciona.

6. A autoridade deve ser compartilhada entre os pais. Ambos devem
mandar. Não podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer
comer? A mãe não pode alimentá-la. A criança deve aguardar até a
próxima refeição que a família fará. A criança não pode alterar as
regras da casa. A mãe NÃO PODE interferir nas regras ditadas pelo pai
(e nas punições também) e vice-versa. Se o pai determinar que não
haverá um passeio, a mãe não pode interferir. Tem que respeitar sob
pena de criar um delinquente.

7. Em casa que tem comida, criança não morre de fome . Se ela quiser
comer, saberá a hora. E é o adulto quem tem que dizer QUAL É A HORA de
se comer e o que comer.

8. A criança deve ser capaz de explicar aos pais a matéria que estudou
e na qual será testada. Não pode simplesmente repetir, decorado. Tem
que entender.

9. É preciso transmitir aos filhos a idéia de que temos de produzir o
máximo que podemos. Isto porque na vida não podemos aceitar a média
exigida pelo colégio: não podemos dar 70% de nós, ou seja, não podemos
tirar 7,0.

10. As drogas e a gravidez indesejada estão em alta porque os
adolescentes estão em busca de prazer. E o prazer é inconsequente.

11. A gravidez é um sucesso biológico e um fracasso sob o ponto de
vista sexual.

12. Maconha não produz efeito só quando é utilizada. Quem está são,
mas é dependente, agride a mãe para poder sair de casa, para fazer uso
da droga . A mãe deve, então, virar as costas e não aceitar as
agressões. Não pode ficar discutindo e tentando dissuadi-lo da idéia.
Tem que dizer que não conversará com ele e pronto. Deve 'abandoná-lo'.

13. A mãe é incompetente para 'abandonar' o filho. Se soubesse
fazê-lo, o filho a respeitaria. Como sabe que a mãe está sempre ali,
não a respeita.

14. Se o pai ficar nervoso porque o filho aprontou alguma coisa, não
deve alterar a voz. Deve dizer que está nervoso e, por isso, não quer
discussão até ficar calmo. A calmaria, deve o pai dizer, virá em 2, 3,
4 dias. Enquanto isso, o videogame, as saídas, a balada, ficarão
suspensas, até ele se acalmar e aplicar o devido castigo.
15. Se o filho não aprendeu ganhando, tem que aprender perdendo.

16. Não pode prometer presente pelo sucesso que é sua obrigação. Tirar
nota boa é obrigação. Não xingar avós é obrigação. Ser polido é
obrigação. Passar no vestibular é obrigação. Se ganhou o carro após o
vestibular, ele o perderá se for mal na faculdade.

17. Quem educa filho é pai e mãe. Avós não podem interferir na
educação do neto, de maneira alguma. Jamais. Não é cabível palpite..
Nunca.

18. Muitas são desequilibradas ou mesmo loucas. Devem ser tratadas.
(palavras dele).

19. Se a mãe engolir sapos do filho, ele pensará que a sociedade terá
que engolir também.

20. Videogames são um perigo: os pais têm que explicar como é a
realidade, mostrar que na vida real não existem 'vidas', e sim uma
única vida. Não dá para morrer e reencarnar. Não dá para apostar tudo,
apertar o botão e zerar a dívida.

21. Professor tem que ser líder. Inspirar liderança. Não pode apenas
bater cartão.

22. Pais e mães não pode se valer do filho por uma inabilidade que
eles tenham. 'Filho, digite isso aqui pra mim porque não sei lidar com
o computador'. Pais têm que saber usar o Skype, pois no mundo em que a
ligação é gratuita pelo Skype, é inconcebível pagarem para falar com o
filho que mora longe.

23. O erro mais frequente na educação do filho é colocá-lo no topo da
casa. O filho não pode ser a razão de viver de um casal. O filho é um
dos elementos.. O casal tem que deixá-lo, no máximo, no mesmo nível
que eles.. A sociedade pagará o preço quando alguém é educado
achando-se o centro do universo.

24. Filhos drogados são aqueles que sempre estiveram no topo da família.

25. Cair na conversa do filho é criar um marginal. Filho não pode dar
palpite em coisa de adulto. Se ele quiser opinar sobre qual deve ser a
geladeira, terá que mostrar qual é o consumo (KWh) da que ele indicar.
Se quiser dizer como deve ser a nova casa, tem que dizer quanto isso
(seus supostos luxos) incrementará o gasto final.

26. Dinheiro 'a rodo' para o filho é prejudicial. Mesmo que os pais o
tenham, precisam controlar e ensinar a gastar.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Aceitar o que nos acontece é o primeiro passo para a transformação - Artigo Folha de Londrina

Aceitação é o reconhecimento, a constatação de uma situação. Aceitação tem a conexão direta com nosso poder pessoal, que significa ter nas mãos as rédeas da própria vida. É saber para onde eu quero ir. É ter auto-estima elevada. É estar harmonizado e em equilíbrio. É sair do papel de vítima. É reconhecer e aceitar as coisas como elas são. E decidir e agir em cima disto. A frase “é aceitar as coisas como elas são” traz invariavelmente bastante mal estar entre as pessoas, pois a aceitação geralmente é confundida com passividade, conformismo, paralisia, permissividade. Na realidade aceitação não tem nada a ver com isso. Logo após o “aceitar as coisas como elas são” vem o ”decidir e agir em cima disto”. Aceitação é diferente do julgamento, que nos diz se alguma situação, coisa ou pessoa é boa ou má. Aceitação é uma simples constatação, que leva ao próximo passo, que é decisivo: ele pode nos levar à ação ou à paralisia.

Para nos ajudar a entender isso melhor vou usar a metáfora do trapézio. Imagine um trapézio de circo. Uma hora estou balançando continuamente e em outras, por alguns momentos, estou no ar, entre as barras de trapézio. A maior parte do tempo eu passei a minha vida pendurado no trapézio. Ele me levava até certo ponto do balanço e eu tinha o sentimento de que tinha o controle de minha vida. E de vez em quando, balançando, olho para minha frente e vejo outra barra de trapézio balançando em minha direção. Ela está vazia e eu sei que esta nova barra de trapézio tem o meu nome nela. É o meu próximo passo, meu crescimento, meu objetivo vindo para me pegar. Eu sei que para crescer eu tenho que me soltar da minha tão bem conhecida barra do presente e me mover para nova. Cada vez que isto me acontece, eu sei que devo me soltar totalmente da antiga barra e, em algum momento no tempo, eu devo me jogar no espaço, antes de me agarrar a nova barra. Toda vez eu estou cheio de medo de perder e cair em um abismo sem fundo entre as barras.

Talvez essa seja a essência da fé. Sem garantias, sem rede você o faz ainda assim porque de alguma forma, ficar se balançando naquela barra antiga não está mais em sua lista de alternativas. Então por uma eternidade, que pode durar um segundo ou mil, eu vôo alto pelo vazio escuro do passado. Isto é chamado de transição. Transformar nossa necessidade de agarrar a nova barra é permitir a nós mesmos residir no único lugar onde a mudança realmente acontece. Pode ser assustador. Mas precipitando-se pelo espaço nós talvez aprendamos como voar.

A relação entre pais e filhos e entre irmãos - Margareth Alves

A relação fraterna é um treino que prepara as crianças para conviver bem com as diferenças. A convivência com os irmãos pode despertar um sentimento de amor-ódio. É uma relação de grande intimidade. Pode ser harmoniosa, de proteção e grande cumplicidade. Como também pode ter momentos de disputa pelo amor dos pais e por tantas outras coisas, como no caso de gêmeos, que desde o útero materno já aprendem a dividir o mesmo espaço. Na relação com os irmãos se aprende a dizer sim e não, a permitir e a colocar limites, a abraçar e a apanhar. Se aprende a pedir, a dar e receber. Entre tantas outras competências. É o lugar onde se experimenta rivalidade, hostilidade, ciúme e inveja. Os sentimentos de inveja são direcionados de um irmão ao outro e o ciúme ocorre pela relação do irmão com os pais. O sentimento de ciúme pode ser desencadeado pelo comportamento dos pais de proteger e privilegiar um filho em detrimento do outro. Todas estas emoções, sem dúvida, se bem trabalhadas pelos pais pode preparar a criança a lidar bem na fase adulta com todos os tipos de relacionamento. Com o filho único suas relações geralmente são mais com os adultos para só depois na escola conviverem com crianças da mesma idade. Há uma tendência para a super-proteção.

Cada filho vem num momento único. Consideramos que a relação do casal está de uma determinada forma em cada etapa da vida, a situação financeira pode estar melhor ou pior, a saúde física e emocional do casal, dos seus outros filhos. Se ele vem num momento planejado pelos pais, se ele vem de surpresa enfim tudo isso é a base da construção da relação que o pai e a mãe estabelecerá com cada filho. O amor, podemos entender que pode ser o mesmo, mas a forma como ele se manifesta é única. Os pais podem se identificar mais com um filho do que com o outro, por todas estas questões levantadas e pelo temperamento de cada um. Dessa forma é muito difícil esperarmos que os pais irão se comportar da mesma forma com todos. Mas o que é essencial é que cada filho seja amado, valorizado, respeitado e aceito por seus pais. O filho precisa se sentir visto pelos seus pais. É a partir do que ele experimenta nestas relações que se fundamentará o funcionamento dele nas outras relações durante a vida. Amar é tão importante quanto colocar limites. Dizer "não" significar preparar seu filho para o futuro. Ele desenvolverá competências para sobreviver às frustrações, se lançar aos desafios, superar as adversidades se os pais não derem tudo para eles. Ensinar a pescar continua sendo muito melhor do que dar o peixe pronto.

Atualmente o que vemos são famílias cada vez mais reduzidas. Os casais com um único filho estão cada vez mais frequentes. Os pais argumentam que a questão financeira é um dos fatores importantes para este fato. Eles querem criar seus filhos oferecendo boas condições de estudos que vão além da escola. Aprender uma língua, esporte, música etc se tiverem muitos filhos não conseguiriam proporcionar todas estas opções. Além disso, quanto mais os pais recebem informações sobre educação de filhos, mais eles se tornam conscientes de quanta responsabilidade significa não só criar um filho, mas formá-lo. E também há muitos casos de pais q se casam mais tarde, num primeiro momento dão prioridade à carreira profissional e só mais tarde decidem por terem um filho. Conciliar a carreira profissional e muitos filhos, principalmente para as mães, parece se tornar cada dia mais dificil.

Os pais precisam ouvir atentamente seus filhos, não apressar a conversa, dar exemplo, manterem-se informados, orientar seus filhos de forma coerente, observar a comunicação não-verbal percebendo outras formas de comunicação que estão transmitindo aos filhos através das expressões faciais, dos movimentos do corpo, tom de voz. Incentivar os filhos a brincarem, fazerem tarefas, passeios ou atividades juntos. Recompensar, elogiar e agradecer os filhos sempre quando ajudam, quando brincam sem brigar, quando têm iniciativas, quando expressam carinho, quando ajudam em algum problema familiar, quando se oferecem para fazer algo, etc. Quando os filhos são reconhecidos e têm o exemplo dos pais se tornam mais cooperativos e afetuosos. Ponderar as brigas e divergências entre os filhos, evitando punir de forma tendenciosa, mas sempre verificar o que aconteceu. Brigas, ciúmes e rivalidades fazem parte do crescimento dos filhos, a ponderação, mediação e a maneira como os pais incentivam cada um destes comportamentos podem gerar mais conflitos ou diminuir. É importante que os pais observem a freqüência, motivo dos conflitos e brigas, só depois tomar uma atitude. Incentivar sempre o perdão pela atitude quer seja intencional ou casual e desculpar-se pelo comportamento, isto serve para os pais também, quando fazem avaliações ou punições injustas. Escolher alguns brinquedos aonde todos os filhos possam participar, assim desenvolvem um senso de igualdade e de suas diferenças e preferênciais individuais.

Compulsão Sexual - Margareth Alves

Trata-se de um comportamento irracional e autodestrutivo. Uma sensação forte contra a qual é incapaz de lutar e que irracionalmente buscará justificar de todas as maneiras. A autodestruição aparenta ser mais importante do que a construção de relacionamentos que tragam, além da satisfação sexual, o bem estar social e pessoal. Sexo é resultado de desejo sexual. Fazer sexo demais ou sem vontade de fazê-lo, torna-se uma forma de autodestruir-se, é irracional e não deverá trazer prazer à pessoa. Nossa cultura faz apologia de vários momentos de sexo sem desejo, a exemplo de muitas mulheres que acatam fazer sexo porque o marido assim o deseja ou porque é assim mesmo que as coisas são. Muitas mulheres podem ter passado por tal situação. Muitas vezes o casamento traz esta obrigação, facilitando o caminho do desenvolvimento de comportamentos sem controle e desassociados do desejo sexual, associando-o à diminuição das ansiedades.

Ter experiências sexuais com um número de pessoas de quem já não nos lembramos, nos faz crer que elas não tiveram importância em nosso trajeto de vida, não ficaram marcadas em nossa memória. Este é um aspecto da identidade masculina muito comum e considerada normal pelos homens em nossa cultura. Muitas pessoas ainda fazem sexo de modo irracional, não se importando com as conseqüências. A ansiedade conduz a fazer sexo, sem que qualquer atitude racional seja guia do comportamento. Uma grande parte dos homens sobrevaloriza o desempenho sexual, assunto preferido das rodinhas masculinas, onde quem conta mais vantagens sente-se superior aos outros. Um relacionamento também tem limites e dificuldades que precisam ser superadas. Um comportamento compulsivo não permite administrar estes limites, produzindo mais problemas de ordem sexual.

Quando pensamentos automáticos compulsivos sobre sexo e emoções ocorrem, pouco tempo interno sobrevive no espaço mental de uma pessoa. Assim todas as outras áreas são desprezadas e aqueles pensamentos não permitem que se disponha de tempo para organizarem-se as outra áreas do cotidiano. A família, estudos, religião, amigos, vida social, lazer, esportes, saúde... tudo fica em último lugar, desprezado e sem chances de execução no cotidiano. A condição de dependência é uma dos aspectos da compulsão.

O comportamento compulsivo, sexual ou não, interfere com a racionalidade e a manutenção de nossas vidas de modo satisfatório. A sensação de ingovernabilidade sobre a própria vida é um sinal importante de que não se está agindo como adultos, mas como crianças que necessitam de guia e cuidados por parte de outras pessoas. Quando pensamos em nossa vida e percebemos que existem mais coisas a se fazer do que estamos cumprindo, e isto se deve a gastarmos muito tempo com uma única atividade, significa que estamos fazendo algo compulsivamente. Um fator muito importante na vida das pessoas é a construção de um projeto de vida, dessa forma, a pessoa vive plenamente todas as área de sua vida. Se algo interfere neste caminho, trata-se de algo irracional e contrário a vida.

Livros sobre desenvolvimento de bebês

• A Vida do Bebê
Autor: Rinaldo De Lamare
Ed. AGIR

• A Encantadora de bebês resolve todos os seus problemas
Autores: Melinda Blau; Tracy Hogg
Ed. Manole

• Filhos: da gravidez aos 2 anos de idade
Autor: Fabio Lopez
Ed. Manole

• O que esperar do primeiro ano
Autora: Heide Murkoff
Ed. Record

• O bebê de o-3 anos
Autor: Coco Valero
Ed. Planeta do Brasil

• Cuidando do seu filho – do nascimento aos 5 anos
Autores: Steven Shelov; Robert Hannemann
Ed. Artmed

• Nana Nenê
Autor: Gary Ezzo
Ed. Nexo Editorial

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O melhor da vida - Leila Ferreira

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Estamos obcecados com "o melhor". Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.Bom não basta. O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".Isso até que outro "melhor" apareça - e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer. Novas marcas surgem a todo instante. Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego. Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter. Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis. Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente. Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência? Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa? E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto? O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"? Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro? O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos. A casa que é pequena, mas nos acolhe.O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria. A TV que está velha, mas nunca deu defeito.O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos".As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance de estar perto de quem amo.. O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso? Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Vinculo mãe- bebê

A origem do vínculo mãe-bebê
Muito antes de seu nascimento e ainda no ambiente intra-uterino, tem início a formação do vínculo entre a futura mamãe e seu bebê. Trata-se de um processo de comunicação tão complexo quanto sutil e que torna possível esta troca íntima e profunda. O vínculo é de importância vital para o feto, pois precisa se sentir desejado e amado para propiciar a continuação harmoniosa e saudável de seu desenvolvimento.
A formação do vínculo não é automática e imediata, pelo contrário, é gradativa e, portanto, necessita de tempo, compreensão e amor para que possa existir e funcionar adequadamente. É, também, fundamental para que possa compensar os momentos de preocupações e reveses emocionais maternos e que todos nós estamos sujeitos no cotidiano.
O amor e a rejeição repercutem sobre a criança muito precocemente mas, para que possa dar significado a estes sentimentos é preciso maturidade neuro-fisiológica. Assim, até os três primeiros meses de vida intra-uterina, as mensagens enviadas pela mãe são, em grande parte, incompreendidas pelo embrião, muito embora possam causar-lhe desconforto se percebidas como desagradáveis.
À medida que vai evoluindo, o feto torna-se capaz de registrar e de dar significado às emoções e sentimentos maternos. É quando, então, começa a se formar sua personalidade, o que ocorre por volta do terceiro trimestre de gestação.A ansiedade materna é, de certa maneira, até benéfica ao feto, pois perturbando a neutralidade do ambiente uterino, perturba-o também, conscientizando-o de que é um ser distinto, separado desse ambiente.
Para se livrar desse desconforto, ele começa a elaborar progressivamente técnicas de defesa como dar pontapés, mexer-se mais ativamente, e que funcionam, para a sensibilidade materna, como um envio de mensagem de que está sendo perturbado. Se houver sintonia materno-fetal, imediatamente a futura mamãe capta esta mensagem e começa a passar a mão delicamente em seu ventre, o que é percebido e decodificado pelo feto como atitude de compreensão, carinho e proteção, portanto, como tranqüilizadora.
Com o decorrer do tempo, a experiência de desconforto transforma-se em emoção e tem início a formação de idéias sobre as intenções maternas em relação a si mesmo.Desta maneira, se a mãe for amorosa e tiver uma relação afetiva rica com seu bebê, contribuirá para que nasça uma criança confiante e segura de si. Assim também, se mães deprimidas ou ambivalentes que, por uma razão qualquer, privam o feto de seu amor e apoio, certamente favorecerão o estado depressivo e a presença de neuroses na criança e que podem ser constatados após o nascimento, pois sua personalidade foi estruturada num clima de medo e angústia.
Mesmo a gestante que rejeita seu filho comunica-se com ele através do fornecimento do alimento. Mas, a qualidade desse vínculo é diferente da mãe que o deseja e esta é a grande diferença, pois não é apenas uma comunicação biológica.
Como o feto capta todas as emoções maternas, as que o fazem entrar em sofrimento como a ansiedade, temor e incertezas, provocam-lhe reações mais fortes e contínuas, enquanto que as de alegria e felicidade, por não alterarem o ambiente intra-uterino, permitem que seus movimentos permaneçam suaves e harmoniosos.
O feto sente o que a mãe sente, até como um atitude de solidariedade, porém, com intensidade diferente e sem a compreensão materna. As emoções negativas são percebidas como um ataque a si próprio.
É fundamental lembrar que as preocupações passageiras e simples do cotidiano não lhe oferecem risco algum, pois sequer podem levar o organismo materno à produção de hormônios. O que o afeta e prejudica sobremodo são as situações que induzem à produção intensa e contínua de hormônios, como a ansiedade materna, que pode, inclusive provocar o estresse da mãe.
Outras situações que também acarretam o sofrimento fetal são o consumo excessivo de álcool, tabaco e medicamentos pela gestante, bem como, o fato de comer demais ou se alimentar mal, pois traduzem uma grande e exacerbada ansiedade materna, além de que, também são altamente prejudiciais ao desenvolvimento físico e psíquico do feto.
Um fator importantíssimo a ser considerado é quando a mulher é completamente dependente do cigarro. Neste caso, se a supressão total deixa-a extremamente ansiosa, há de fazer muito mais mal à criança do que simplesmente diminuir consideravelmente o número de cigarros até atingir a média de um ou dois por dia, e nada mais além disto.
Se o feto participa de todas as emoções maternas, muitas gestantes inibem a sexualidade por sentirem-se constrangidas com esta participação, principalmente no momento do orgasmo e dos sons e ruídos emitidos pelo casal.
Apesar disso, convém esclarecer que a atividade sexual não traz qualquer malefício. Ao contrário : o orgasmo, especialmente na mulher, é altamente benéfico física e emocionalmente, e é através dele que o feto capta o bem-estar geral da mãe, a felicidade intensa e, principalmente a tranqüilidade após o orgasmo e não este propriamente.
Os acontecimentos graves e estressantes como perdas significativas ou situações que atingem a gestante diretamente, como brigas conjugais ou com pessoas mais próximas, são causas de grande sofrimento fetal e, muitas vezes, não há como evitá-los.
Para diminuir os efeitos nocivos ao feto, a futura mamãe deve aumentar os períodos de descanso, oferecer-lhe apoio afetivo e conversar com ele, esclarecendo-o dos acontecimentos.Embora não haja compreensão das palavras, o feto capta o sentido do que lhe é dito e se tranqüiliza. Assim, o vínculo mãe-bebê não é quebrado.
O perigo maior persiste quando o feto percebe-se rejeitado pela mãe ou quando suas necessidades físicas ou psicológicas não são compreendidas e atendidas, pois ele necessita desta troca para sentir-se amado e desejado.
Concluindo, se o vínculo materno-fetal não foi consolidado durante o período gestacional, há de se tentar nas horas e dias que sucedem ao nascimento, que é o período ideal na vida extra-uterina e, se necessário, com a ajuda de um profissional capacitado.

Para maiores informações sobre a gestação e o desenvolvimento fetal, acesse: www.brasil.babycenter.com.br

segunda-feira, 1 de março de 2010

Regras de Funcionamento da Clínica

Alguns tópicos sobre o
Funcionamento da CLÍNICA DE PSICOLOGIA DENISE FRANCO VICENTE

Prezados pacientes e familiares

Seguem alguns tópicos acerca do funcionamento de nossa clínica com a intenção de nortear nosso futuro relacionamento. Não se trata de um contrato, portanto estamos abertos à negociação. Pedimos a você o favor de ler todo o texto com atenção a fim de podermos conversar, tirar possíveis dúvidas e chegarmos a um entendimento mútuo.

Sobre a psicoterapia

Muitas pessoas ainda não sabem para o que se destina o atendimento psicológico. Nossa sociedade ainda tem muito preconceito em relação à psicoterapia, a procurar um psicólogo. Por falta de informação, vergonha e medo de ser considerado “louco”, muitas pessoas não procuram ajuda especializada para lidar melhor com as questões emocionais ou problemas familiares que estejam passando.
É comum uma pessoa procurar um profissional da saúde, por vezes um médico, em busca de alívio para um mal estar, uma dor, ou seja, devido a sintomas físicos que esteja sentindo. Após fazer todos os exames possíveis, muitas vezes, constata-se que o problema não era de origem orgânica, ou seja, que não havia doença física. Infelizmente, por falta de informação acerca das enfermidades mentais e dos problemas psicológicos, muitos profissionais acabam dizendo ao paciente que ele não tem nada, que é “coisa de sua cabeça” e que vai passar com o tempo. Entretanto, as pessoas dizem : “O tempo cura, vai passar”, nem sempre isto é verdadeiro.
Ainda na atualidade persiste uma crença errônea e preconceituosa de que os problemas emocionais são algum tipo de “frescura”, fraqueza de caráter, pouca de fé ou de “falta do que fazer”. Contudo, a dor psíquica dói tanto quanto a dor física. Ela é real! Muitas vezes, não passa sozinha, nem se cura apenas com o passar do tempo.
É uma lástima, que algumas pessoas, ainda hoje, confundam problemas emocionais com problemas espirituais. Equivocadamente, chegam a culpar o doente pelo mal psíquico que o acomete, acusando-o de estar doente por falta de fé, por estar distante de Deus ou da Igreja! E, desta forma, pioram ainda mais o quadro clínico do paciente.
Podemos até dizer que a dor psíquica (distúrbio emocional) dói muito mais do que os males que acometem o nosso corpo. É que ela está em todos os poros, dos pés à cabeça e não apenas centralizada em um órgão. Quando estamos deprimidos, tristes ou infelizes: sentimos isto por todo o nosso corpo. Não existem analgésicos que conseguiam anestesiar magicamente estar dor.

Os males que acometem a mente influenciam no nosso corpo, porque mente e corpo estão interligados. É de conhecimento popular o velho ditado: mente sã corpo são, corpo são mente sã. Não há como separar estas duas instâncias que compõe o nosso ser.
Os problemas emocionais podem se expressar através de diversos sintomas, tais como: gagueira, tiques, insônia, desânimo, modificação da pressão arterial, dores de cabeça e de coluna, taquicardia, dificuldades de aprendizagem, impotência ou frigidez, gastrite, dermatites, além de doenças como depressão, fobia, pânico, ansiedade e outras. A origem destes sintomas, ou de um transtorno mental propriamente dito; pode ser decorrente de um trauma antigo, da perda recente de um ente querido, de uma separação, de problemas conjugais mal resolvidos, de conflitos familiares, crises existenciais do indivíduo, pressão para passar no vestibular, ou de inúmeras outras situações.

O papel da psicologia: Cada pessoa é única, cada um tem sua história de vida e, por isso, não há uma solução pronta. Não há como prescrever um remédio que, sozinho, dê conta de curar os males da mente. Ao psicólogo caberá, primeiramente, ouvir o paciente, escutar seu sofrimento e junto dele descobrir o que o levou a adoecer. Posteriormente, irão juntos buscar alternativas para resolver suas dificuldades e trabalhar para a sua melhora física, emocional e ambiental.
Mas o que seria saúde mental? Podemos dizer que saúde é um estado de bem estar físico, mental e social e, não somente, a ausência de doença. Muitas pessoas, mesmo sem possuir aparentemente alguma física, não se têm saúde. Portanto, ser saudável e feliz vai muito além de não apresentar a sintomatologia de uma determinada patologia física ou mental!
Quando um indivíduo está saudável, podemos dizer que ele está adaptado ao seu meio social, aceita sua sexualidade, tira prazer da vida, consegue se realizar em seu trabalho, faz escolhas com assertividade, tem objetividade para perceber as coisas como realmente são, possui capacidade de separação, confia em si mesmo, tem senso de humor, etc. Portanto, o conceito de saúde vai muito além de não apresentar sinais de sofrimento orgânico ou psíquico. Quem tem saúde mental tem a capacidade de viver dentro dos limites impostos por seu físico, conviver com outras pessoas de forma produtiva e feliz, desenvolver-ser profissionalmente e lidar adequadamente com conflitos familiares.




Sobre o desejo de se fazer terapia e algumas particularidades sobre o tratamento...


1. O paciente precisa querer (desejar, escolher, optar por...) fazer psicoterapia.
Não há como fazer psicoterapia forçadamente, seja porque o médico recomendou, ou devido aos familiares e amigos acharem que o paciente precisa fazer o tratamento. O paciente precisa desejar mudar e aceitar ajuda profissional!

2. Fazer terapia é para quem tem coragem! Entretanto, coragem não é ausência de medo! Coragem é enfrentar a situação apesar do medo. Pessoas corajosas e fortes são as que enfrentam seus problemas, aceitam ajuda e têm força de vontade para fazer as mudanças necessárias. Portanto, você já venceu a primeira e mais difícil etapa: assumir que existem situações em sua vida que devem ser repensadas e aceitar a ajuda de um profissional.

3. O relacionamento com a psicoterapeuta deve ser baseado em confiança mútua, honestidade e sinceridade. O paciente pode e deve falar tudo o que está pensando acerca de sua vida, o que tem lhe ocorrido e ser explícito no que sente. Também deve ter a liberdade de expressar qualquer sentimento de mal estar que possa estar experiênciando durante o tratamento, qualquer desagrado na clínica, tanto quanto queixas em relação à pessoa da psicóloga. Não irá ofender por falar o que está sentindo e pensando! Aqui deverá ser um espaço onde você possa ser autêntico.
Também é preciso acabar definitivamente, com o mito de que os psicólogos conseguem ler a mente ou adivinhar o que o outro está pensando. A psicóloga só saberá o que você está pensando e sentindo, se você falar! Portanto, comunique-se. Verbalize suas idéias e emoções.

4. Não há um roteiro e nem uma cartilha de como deverá funcionar uma sessão de psicoterapia. Fale o que vier em sua mente, coloque para fora o que está te incomodando, sem se preocupar em organizar as idéias. Nas primeiras sessões, é esperado que se fale muito, às vezes de forma aparentemente desordenada e sem nexo. É normal as pessoas se emocionarem ou chorarem ao falarem de suas vidas e de seu sofrimento. Funciona assim mesmo. Não fique se cobrando em relação ao que você disse ou acha que deveria ter dito. Teremos outras sessões para dar continuidade ao assunto, e para você retomar e complementar o que estava dizendo.

5. Não cabe a psicóloga fazer julgamento moral. Você não está aqui para ser julgado e sim para ser ajudado. Se sentir que não está sendo compreendido, deve falar com a psicoterapeuta. A intenção é escutá-lo para conhecer sua história, suas queixas e compreendê-lo. O papel da psicoterapeuta não é de agir como juiz, determinado quem é o culpado na história; e nem como padre, dando-lhe uma penitência para expiar sua culpa. Ao psicólogo caberá lhe ajudar a diminuir seu sofrimento e administrar seus conflitos.

6. A fim de conhecer você e à sua família estaremos lhe fazendo inúmeras perguntas. Responda como, quando e se quiser. Caso seja um assunto sobre o qual ainda não se sinta a vontade para abordar, avise. No início você irá falar, responder e se expor bastante e, apesar disso, o problema ainda estará praticamente do mesmo tamanho. Durante o início do tratamento, diminua sua expectativa em relação à rápida resolução da situação. Tenha paciência, pois, aos poucos, juntos, iremos construindo a resposta e a solução para seus dilemas.


7. Não sinta vergonha, você não é o único que têm dificuldades. Todas as pessoas têm problemas. Em todas as famílias existem conflitos. Você está aqui para melhorar sua qualidade de vida, facilitar o modo de relacionar-se com seus familiares e para resolvermos o problema que o trouxe aqui.

8. A duração do tratamento psicoterápico é indeterminada devido a inúmeros fatores, tais como: a gravidade do conflito, a adesão do paciente ao tratamento, sua assiduidade (no mínimo semanal), veracidade dos fatos relatados durante a sessão, desejo genuíno de aceitar ajuda, comprometimento em mudar, empenho em se curar (o que pode incluir tomar as medicações prescritas pelo médico, seguir o tratamento corretamente etc.) Por isso, não há como determinar previamente qual será a duração de um tratamento psicológico.

9. Uma das finalidades da psicoterapia é promover mudança e transformação, proporcionado ao indivíduo e à sua família, a percepção de alternativas para a solução da situação conflitiva atual. Para tal, estaremos juntos pensando em novas formas de lidar com a situação. Contudo, compreender algo não significa conseguir instantaneamente comportar-se de forma consistente com tal compreensão. Respeite seu ritmo, cada um tem um jeito de funcionar e necessita de um tempo diferente para conseguir mudar.

10. Mudar é muito difícil, mesmo quando desejado. Muitas vezes, conscientemente, queremos mudar, mas uma parte de nós não quer mexer em nada em nossas vidas (um sentimento de “melhor deixar como está”). Apesar de vir buscar ajuda para mudar, muitas vezes o paciente vai sentir resistência em relação ao novo, não querendo modificar sua vida. Não desanime! Tenha certeza de que vai valer à pena!

11. O paciente tem o direito de encerrar seu tratamento psicoterápico quando desejar, independentemente de ter recebido alta. Entretanto, pede-se que este avise a psicoterapeuta e marque uma sessão a fim de fazer o encerramento adequado da psicoterapia. Em especial, no caso de crianças e adolescentes, é de fundamental importância que o desligamento (encerramento) adequado seja feito. Ao se fazer uma separação apropriada, o paciente sentirá que sua relação com a terapeuta ficou bem resolvida e que esta etapa de sua vida foi finalizada adequadamente.

12. Duvide sempre de tratamentos milagrosos que prometam soluções mágicas. O paciente e sua família devem estar cientes de que o tratamento psicoterápico exige tempo, perseverança e paciência. As mudanças de comportamento e os resultados demandam algum tempo, contudo, ao ocorrerem, serão duradouros e verdadeiros.

Sigilo

13. O paciente (seja ele criança, adolescente ou adulto) tem por lei o sigilo resguardado de tudo que for dito na sessão. Tudo o que for falado à terapeuta será mantido em sigilo.
Se alguma coisa precisar ser dita aos familiares do paciente, caso sua integridade física esteja em risco ou porque ajudaria em seu tratamento: o paciente será antecipadamente consultado. Ou seja, caberá ao paciente autorizar o contato da psicóloga com seus familiares. Trabalhamos com transparência e verdade, nada será feito de forma escondida. O paciente sempre saberá por que, como, quando e o que foi conversado sobre ele.

14. A primeira consulta será sempre cobrada.


Atendimento de adultos individualmente

15. No caso de atendimento a adultos, apenas se falará com seus familiares (pais, cônjuge, etc.) mediante permissão expressa do paciente.
Esta conversa poderá ser na presença dos familiares. Se o paciente autorizar que seja feita uma sessão sem ele, o conteúdo da sessão (com tais familiares) será posteriormente repassado ao paciente adulto.

16. Se um familiar de um paciente adulto ligar para a psicoterapeuta com ou sem prévia autorização do paciente, este deve estar ciente de que tudo o que for conversado será repassado ao paciente adulto posteriormente. Ou seja, se existe um segredo, que a família não quer contar ao membro da família que está em terapia (o paciente em questão); este segredo não deverá ser confidenciado a terapeuta. Para a eficácia do tratamento, a psicoterapeuta, não irá guardar segredos pra com o paciente.

17. No começo de um tratamento individual (adulto, adolescente ou criança), as sessões serão pelo menos semanais. No inicio do tratamento, deve-se estar ciente de que não haverá resultados se o paciente não comparecer semanalmente à terapia.
Contudo, após algum tempo de tratamento, quando o paciente estiver melhor, pode-se, então, espaçar as datas das sessões. Podendo estas ser quinzenais e, posteriormente, mensais.


Atendimento de casal ou de família

18. No caso de atendimento de famílias, as sessões ocorrerão em conjunto com os membros da família que estiverem presentes. Contudo, o conteúdo da sessão com tais familiares poderá ser mencionado na sessão seguinte, independentemente de quais membros estejam presentes. Ou seja, não haverá segredos para com os outros membros da família. No caso de atendimento de família, o que for dito numa sessão poderá ser trazido em pauta na outra sessão, independentemente de quem estiver presente.
A terapia de família não funcionará adequadamente se algum integrante do grupo quiser manter conteúdos em segredo do restante dos membros de sua família. Se houver muita necessidade de manter assuntos privados, talvez seja o caso desta pessoa fazer uma psicoterapia individualmente.

19. A psicóloga também poderá marcar sessões separadamente com cada um dos membros da família quando se fizer necessário. Contudo, o que for falado nessas sessões individuais poderá ser mencionado pela terapeuta na sessão em conjunto com toda a família.


Orientação vocacional e profissional


20. Para se fazer uma orientação vocacional completa e mais eficaz, a psicóloga se utilizara de vários recursos, tais como sessões com o adolescente, entrevistas com seus pais, pesquisa sobre as profissões, tarefas para casa, entrevista com profissionais, além da aplicação de testes e dinâmicas.
Contudo o teste será um dos instrumentos utilizados neste processo, e não devendo ser entendido como uma ferramenta mágica a qual isoladamente conseguirá dar um resultado preciso e rápido.
Sendo assim, entendemos a orientação vocacional e profissional como uma construção conjunta entre o terapeuta e o orientando. Este trabalho demandará várias sessões e uma postura ativa e participativa por parte do adolescente.



Atendimento psicológico de menores individualmente

21. Antes de atender a criança ou adolescente a psicóloga fará algumas sessões com os pais a fim de fazer uma anamnese, ou seja, saber a história da família e do filho em questão. Afinal, existe uma família na qual este paciente menor está inserido e existem fatos acerca da vida dele que só os pais poderão informar à terapeuta.

22. O paciente menor, tanto criança quanto adolescente, tem direito ao sigilo em relação ao conteúdo de sua psicoterapia. Todas as vezes que os pais entrarem em contato com a psicoterapeuta, ou que os mesmos conversarem entre si, o paciente será devidamente informado.

23. É imprescindível que os pais informem a criança (ou o adolescente) sobre o motivo pelo qual ela estará vindo à clínica e sobre como funciona uma psicoterapia. Antes de trazer o filho para a primeira sessão, os pais devem informar à psicóloga se sentirem qualquer dificuldade para dar tal explicação ao filho, para serem orientados sobre como abordar tal assunto com a criança. Se sentirem necessidade, os pais devem solicitar uma sessão, para conversar sobre como explicar adequadamente à criança o que ela virá fazer na clínica.

24. Conversas breves pelo telefone com outros profissionais ou reuniões rápidas, nessa clínica, não serão cobradas.
Entretanto, quando solicitadas pela família, serão cobradas as visitas à escola, visita à clínica de outros profissionais, ou quando a psicoterapeuta tiver que sair da clínica para efetuar a entrevista. O valor desse serviço será o mesmo que o valor de uma sessão de emergência.

25. Em caso de atendimento de crianças e adolescentes, serão marcadas sessões separadamente com os pais. A psicoterapeuta marcará uma sessão com os pais quando julgar necessário conversar com os mesmos. Contudo, os pais têm a liberdade de solicitar um horário com a psicoterapeuta a qualquer momento que desejarem. As sessões com os pais serão cobradas separadamente.

26. Devido à comunicação verbal das crianças não ser tão refinada e elaborada como a de um adulto; utilizamos como técnica a ludoterapia. Ou seja, usamos, além dos brinquedos, tintas, massinhas, e colagens, etc. Porque acreditamos que a linguagem através da qual a criança melhor ser expressa é por meio “do brincar”. Portanto, a criança não vem na terapia para brincar, ela vem aqui para resolver seus problemas. Mas é brincando que ela vai expressar e comunicar o que está sentindo.
Avisamos aos pais que, apesar de tomarmos cuidado, a criança poderá sujar (ou até manchar) sua roupa e sapato, por isso, pedimos que venham com vestimentas adequadas para fazer tais atividades.


Horário de funcionamento da clínica, como entrar em contato...

27. Nosso horário de funcionamento é de segunda-feira à sexta-feira, das
14h30min às 18h30min e aos sábados das 09:00 as 12:00min. Contudo, outros horários poderão ser agendados de acordo com a necessidade do cliente e a disponibilidade da terapeuta.

28. Não atendemos por telefone. Mas, em situações de real emergência, o paciente poderá ligar para o telefone celular da psicóloga, a qualquer horário, com o objetivo de marcar uma sessão. O atendimento de emergência se realizará nessa clínica. Quando o paciente estiver impossibilitado de vir até a clínica, como em caso de internação hospitalar, o atendimento poderá se realizar em Hospital. Nestes casos, o valor da sessão será acrescido de uma taxa.

29. Não sinta vergonha em ligar achando que vai “incomodar”. Você tem a liberdade para ligar sempre que realmente precisar.

30. A psicóloga tão somente atenderá (no sentido de fazer uma sessão) por telefone, quando estiver viajando ou por algum motivo maior estiver impossibilitada de vir pessoalmente até a clínica para efetuar o atendimento. Também poderá atender por telefone, quando o paciente estiver fora da cidade. Caso contrário, as sessões serão sempre nesta clínica.

31. Durante horário comercial, quando o paciente precisar falar com a psicóloga deverá deixar um recado na secretária eletrônica da clínica, assim que possível entraremos em contato. Durante o horário comercial o telefone normalmente estará na secretária eletrônica, portanto os recados só serão escutados e respondidos após término dos atendimentos.

32. Fora do horário comercial, seja de noite ou nos finais de semana, você poderá ligar para o celular da psicóloga. Se este estiver desligado, pede-se o favor de enviar uma mensagem. Assim que possível, entraremos em contato.



Duração da sessão, atrasos, faltas.

33. A duração da sessão é de até, no máximo, 60 minutos.

34. A SESSÃO SÓ SERÁ DESMARCADA COM UM DIA (mínimo de 24 horas) DE ANTECEDÊNCIA. Portanto, as sessões desmarcadas em cima da hora serão cobradas tal como sendo faltas. Independente do motivo da falta, todas as faltas serão cobradas. Que fique bem claro, para que o paciente não se ofenda ou pense que seu motivo para faltar não foi convincente. Na verdade, na situação de falta, o motivo é irrelevante.
Por exemplo, você se matricula num curso de inglês, as aulas serão sempre no mesmo dia da semana e no mesmo horário. Aqui iremos definir um dia para sua sessão e tentaremos incorporar este dia em sua agenda, como parte da sua rotina semanal.

35. Sendo assim, o paciente tem o direito de faltar ou de se atrasar o quanto quiser. O horário do paciente pertence a ele, por isso a psicoterapeuta o estará esperando durante o horário marcado. Exemplificando, se sua sessão for às 16 horas, a psicoterapeuta o estará aguardando até as 17 horas. Contudo, a sessão terminará no horário combinado, independentemente do atraso do paciente.

36. Contudo, mesmo podendo atrasar, para um melhor rendimento da psicoterapia, pede-se ao paciente se possível chegar alguns minutos antes de seu horário, a fim de poder estar mais concentrado e relaxado para sua sessão.

37. Nos casos de falta, quando a terapeuta tiver um outro horário disponível durante aquela mesma semana, ela poderá oferecer ao paciente um horário extra para reposição da sessão perdida. Mas que fique muito claro, a reposição de uma falta deverá ser entendida como uma cortesia e gentileza por parte da terapeuta, não se caracterizando uma obrigação por parte da mesma.


Férias e feriados

38. Quando a psicoterapeuta for tirar férias, ela avisará previamente aos pacientes. Quando o paciente desejar tirar férias ou viajar, deverá avisar a psicoterapeuta com devida antecedência a fim de desmarcar as sessões necessárias.

39. No caso de feriados, a sessão fica automaticamente desmarcada. Caso o paciente deseje vir naquela semana, a psicoterapeuta ofertará outros horários que estiverem disponíveis.



Valor dos honorários

40. SESSÃO ou PRIMEIRA CONSULTA: Para o ano de 2012, o valor de cada sessão é de R$ ,00 e a duração da sessão é de até, no máximo, 60 minutos.


Forma do pagamento

41. Os honorários deverão ser pagos sempre por sessão.


42. Os honorários são reajustados anualmente, sempre no mês de janeiro.


Agradecemos por ter tido a paciência de ler atentamente todo o material e nos colocamos à disposição para conversarmos sobre suas dúvidas.
Atenciosamente,
Denise Franco Vicente

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Feliz Olhar Novo - Arnaldo Jabour

O grande barato da vida é olhar pra trás e sentir orgulho da sua história. O grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o AQUI e AGORA! Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o bolo sola, o pneu fura, chove demais. Mas... Pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho? Tá certo, eu sei, Polyanna é personagem de ficção, hiena come porcaria e ri, eu sei. Não quero ser cego, burro ou dissimulado. Quero viver bem. 2009 foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões... Normal. Às vezes se espera demais das pessoas... Normal também. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou... 2010 não vai ser diferente. Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança? O que eu desejo pra todos nós é sabedoria, é que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa experiência! Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado. Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim. Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passa pra categoria 3, vira colega. Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém. O nosso desejo não se realizou? Beleza, não tava na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de uma frase que adoro: 'Cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade'). Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes... Desejo pra todo mundo esse olhar especial. 2010 pode ser um ano especial se nosso olhar for diferente. Pode ser muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos, e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro. 2010 pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, maneiro, especial... Pode ser puro orgulho. Depende de mim! De você! Pode ser. E que seja!!! "Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para repensar tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!"

Por que as crianças não obedecem ao NÂO

Por que crianças não obedecem ao não?
Veja como fazer a criança compreender o comando.Pergunta difícil: o que é neurociência? Neurociência é todo o tipo de investigação sobre o sistema nervoso. Como ele se desenvolve, como ele funciona como ele é parecido e diferente entre indivíduos e espécies. E até como ele deixa de funcionar. A neurociência nos revela como o cérebro produz o nosso comportamento. Por que nos emocionamos? Por que precisamos dormir? Como as crianças se desenvolvem? Como tomamos decisões? Enfim, o que somos e o que somos. O que faz um neurocientista? Há varias maneiras de investigar a estrutura e o funcionamento do cérebro. Mas, em geral, trabalho em um laboratório, fazendo pesquisa, ou em um hospital, se for um pesquisador neorologista. O neurocientista pode ser um biólogo, um médico, psicólogo, físico, engenheiro, filosofo. “Eu sou bióloga, neurocientista, fiz pós-graduação nos Estados Unidos, na França, Alemanha. Hoje sou pesquisadora e professora no Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, onde faço o trabalho de pesquisa e divulgação cientifica sobre o cérebro”, se apresenta Suzana Herculano-Houzel. Ela é a apresentadora do novo quadro do Fantástico: Neuro Lógica. Com ela você vai aprender porque o bocejo é contagioso, por que guardar segredo é muito difícil. E até a melhor maneira de chamar um garçom. O tema de estréia do quadro Neuro Lógica é criança desobediente. A neurociência explica. “Não toque", "Não mexa", "Não suba", "Não rabisque aí". Crianças, em geral, têm dificuldade de obedecer a ordens que começam por não. Sabe por quê? A resposta está no córtex pré-frontal, a parte da frente do cérebro, bem atrás da testa. Entre muitas outras coisas, ela é responsável por impedir que a gente responda a estímulos de forma automática, sem pensar. O problema é que essa parte do cérebro só amadurece na adolescência. E enquanto ela não está madura, a criança responde ao que vê e ouve, fazendo o que dá na telha. Às vezes até cérebros adultos têm dificuldade de obedecer a um não. Quer ver? Não pense em um elefante cor-de-rosa! Conseguiu? Aposto que não. A imagem de um elefante cor-de-rosa é ativada automaticamente no seu cérebro quando você ouve essas palavras. A dificuldade da criança é parecida. Quando escuta "não toque", o cérebro infantil se vê diante de um dilema. Palavras como correr, pular, tocar, ativam automaticamente essas ações e o cérebro se prepara para executá-las. Porém, se a ordem vem com um não na frente, o córtex pré-frontal entende que a ação deve ser bloqueada. Mas como "isto aqui" ainda não está maduro, o cérebro infantil tem dificuldade para bloquear a ação. Portanto, cuidado! Dizer "não pule" a uma criança em cima de um muro pode ser um perigo, um convite ao pulo. O que fazer? Em vez de "não pula", diga "fica parada", o cérebro da criança não vai ter nenhum dilema para resolver e terá uma chance bem maior de obedecer - e não pular. Você que é adulto pode controlar seu ímpeto de dizer não. A dica da neurociência, portanto, é simples: dê ordens positivas e ajude o cérebro da criança a obedecer.