domingo, 24 de agosto de 2008

O menininho - Margareth Alves

O Menininho

Era uma vez um menininho. Ele era bastante pequeno. E ela era uma grande escola. Mas, quando o menininho descobriu que podia ir à sua sala, caminhando através da porta da rua, ele ficou feliz. E a escola não parecia mais tão grande quanto antes.Uma manhã, quando o menininho estava na escola, a professora disse:- Hoje nós iremos fazer um desenho.- Que bom! – pensou o menino. Ele gostava de fazer desenhos. Ele podia fazê-los de todos os tipos: leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos; e ele pegou sua caixa de lápis e começou a desenhar. Mas a professora disse:- Esperem! Ainda não é hora de começar! E ela esperou até que todos estivessem prontos.- Agora ! - disse a professora – Nós iremos desenhar flores.- Que bom! – pensou o menininho. Ele gostava de desenhar flores e começou a desenhar flores com seu lápis rosa, laranja e azul. Mas a professora disse:- Esperem! Vou mostrar como fazer.E a flor era vermelha, com caule verde.- Assim, disse a professora – Agora vocês podem começar.Então ele olhou para a sua flor. Ele gostava mais de sua flor, mas não podia dizer isto. Ele virou o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha com caule verde.Num outro dia, quando o menininho estava em aula, ao ar livre, a professora disse:- Hoje iremos fazer alguma coisa com o barro.- Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de barro. Ele podia fazer todos os tipos de coisas com o barro: ele faria camundongos, carros e caminhões. E ele começou a juntar e amassar a sua bola de barro. Mas a professora disse:- Esperem! Não é hora de começar. E ela esperou até que todos estivessem prontos.- Agora, disse a professora, nós iremos fazer um prato.- Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos. A professora disse:- Esperem! Vou mostrar como se faz. E ela mostrou a todos como fazer um prato fundo. – Assim, disse a professora, agora vocês podem começar. O menininho olhou para o prato da professora. Então olhou para o seu próprio prato. Ele gostava mais do seu prato do que o da professora. Mas ele não podia dizer isso. Ele amassou o seu barro numa grande bola, novamente, e fez um prato igual ao da professora. Era um prato fundo. E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar, e a fazer coisas exatamente como a professora. E muito cedo, ele não fazia mais coisas por si próprio.Então aconteceu que o menininho e sua família se mudaram para outra casa, em outra cidade e o menininho tinha que ir para outra escola. Esta escola era ainda maior que a primeira. E não havia porta da rua para a sua escola. Ele tinha que subir grandes degraus, até sua sala.E no primeiro dia, ele estava lá, a professora disse:- Hoje nós vamos fazer um desenho.- Que bom! – pensou o menininho, e ele esperou que a professora dissesse o que fazer. Mas a professora não disse nada. Ela apenas andava na sala. Veio até o menininho e disse:- Você não quer desenhar?- Sim, disse o menininho, o que é que nós vamos fazer?- Eu não sei, até que você o faça, disse a professora.- Como eu posso fazê-lo? – perguntou o menininho.- Da maneira que você gostar, disse a professora.- E de que cor? – perguntou o menininho.- Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber quem fez o que? E qual o desenho de cada um?-Eu não sei, disse o menininho.E ele começou a desenhar uma flor vermelha com caule verde.

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